Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Onde mora o perigo

28/07/2024 - 06:00

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Sabe-se que uma eventual vitória de Trump é vista como uma potencial alavanca para as teses que bolsonaristas têm promovido no exterior de que o Brasil vive uma suposta “ditadura”, que não há liberdade de expressão e que existe uma perseguição à oposição liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Se a narrativa falsa não prosperou durante o governo de Joe Biden, a expectativa é de que tudo isso pode mudar radicalmente se Trump vencer a eleição e eventualmente escolher abrir uma frente de tensão com Lula. O enredo já está desenhado. Com o apoio das redes de Elon Musk, políticos e blogueiros bolsonaristas se apresentam como supostos perseguidos, usam figuras como a de Filipe Martins como exemplo de supostas prisões arbitrárias, transformam o debate num tema de direitos humanos e emplacam a ideia de que o Brasil supostamente deixou de ser uma democracia. Uma vez golpistas, sempre golpistas.

Porque o PT se apequenou Não importa mais o desfecho ou o resultado, o Partido dos Trabalhadores sairá bem menor destas eleições depois da vergonhosa derrota que os seus dirigentes locais construíram e alimentaram dentro do próprio partido, levados pela vaidade de um “oferecido” candidato com estatura política de um anão e um deputado federal do baixo clero, eleito com os votos de outros, e na certeza de que seu mandato não será renovado. A dupla ainda culpa o senador Renan Calheiros (MDB) pela burrice cometida, como se ele tivesse influência capaz de decidir em nome da direção nacional do PT. Vão pagar um preço alto pela vulgar rebeldia.

Negócios, traições e dinheiro Desde sábado passado (20) até o dia 5 de agosto os partidos políticos e as federações podem realizar convenções partidárias para escolher as candidatas e os candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador e deliberar sobre eventuais coligações para as Eleições Municipais 2024. O prazo consta do calendário eleitoral do pleito de outubro. A movimentação tem sido grande com políticos à procura de constituir suas bases e arregimentar aliados para a disputa. Em pauta, negócios, traições, muito dinheiro sujo e o embate das grandes lideranças para ver quem é maior na busca do voto.

Imbatível não é invencível Exatamente assim, o imbatível hoje pode não ser o invencível amanhã, que é outro dia. Já vi, por aqui mesmo, candidato considerado eleito por antecipação ao abrir das urnas ter fragorosa derrota e uma imensa decepção. Aí está o exemplo de Ronaldo Lessa, governador bem avaliado, contando com uma vitória certa, perdeu para Fernando Collor, que em menos de um mês chegou feito um furacão, rodou o estado em um helicóptero e lhe tomou a eleição que considerava sua.

Petrobras de novo? A Operação Lava Jato está morta e sepultada, mas parece que a Petrobras e os políticos que exercem influência na estatal não aprenderam a lição. Se facilitar voltarão todos os crimes e sinais já começam a aparecer. Uma auditoria do TCU encontrou indícios de favorecimento em licitação da Petrobras para contratação de navio -plataforma, entre outras falhas. O processo licitatório foi conduzido de forma a direcionar o resultado desde a escolha do modelo de contratação, que permitiu que a empresa superasse dificuldades de financiamento. O trabalho constatou que a Petrobras não avaliou outros modelos mais tradicionais de contratação. O TCU determinou que a Petrobras instaure Comissão Interna de Apuração para investigar os fatos e identificar os responsáveis.

A Barra com Biu Convenção realizada na Barra de São Miguel homologou o nome do prefeito Benedito de Lira (PP) para concorrer à reeleição tendo como companheiro de chapa o seu secretário de governo Luiz Henrique Alves Pinto. Muito difícil que apareça algum nome para concorrer com o experiente político, colecionador de vitórias em sua longeva carreira política.

Mercado da Produção O prefeito JHC chega às eleições com uma profunda “ferida aberta” que certamente vai lhe trazer graves danos colaterais em sua campanha. Prometeu fazer, anunciou e não fez. Não vai adiantar dizer que fará em um novo provável mandato. O Mercado da Produção já deveria ter sido fechado por atentar contra todas as normas de política sanitária.

Codevasf sob denúncia A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) foi alvo de muitas denúncias no Governo Bolsonaro e parece que vai no mesmo caminho no Governo Lula. A empresa sofreu prejuízo em um contrato firmado pela Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré (MA) com verbas de emenda parlamentar do então deputado e hoje ministro dos Esportes André Fufuca (PP-MA). A prefeitura é comandada pelo pai dele, Fufuca Dantas. Os órgãos de controle, inclusive o TCU, estão de olho.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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